POEMAS IBÉRICOS (14) MANOEL DE ALMEIDA E SOUSA

 DESCARGAR


Manoel Almeida e Sousa. Poeta y artista visual portugués.

POEMA VISUAL

VER PDF

 

                                                                                                      

CANTO PRIMEIRO

 

1

perguntei, nem sei porquê, por ela

foi naquela noite...

depois pensei, repensei... mas nunca lhe contei nada

a ela

porque não estava e, a mim, aquele corredor causava-me medos

por norma fecho sempre a porta do quarto, por dentro

fecho-a logo que entro

disseram-me que no piso superior passam-se coisas

que o corredor do piso superior tem vida

que tem vida própria

 

1

pregunté, ni siquiera sé porqué, por ella

fue en aquella noche...

después pensé, repensé... mas nunca le conté nada

a ella

porque no estaba y, a mí, aquel pasillo me provocaba miedos

por norma siempre cierro la puerta de la habitación, por dentro

la cierro en cuanto entro

me dijeron que en el piso superior acontecen cosas

que el pasillo del piso superior tiene vida

que tiene vida propria

 

 

 

2

era noite. uma noite. e, a noite, parecia permanecer como uma deliciosa esfinge sem horário de trabalho

nesse corredor do terceiro piso, fui espectador, uma vida foi roubada a um infeliz

por ciúmes de um rival desconhecido?

não. foi morto por um conhecido que vivia no quarto em frente

e é por isso que tranco sempre a porta quando volto do trabalho...

claro que, como a maioria dos inquilinos da velha pensão “sonhos vermelhos”, só vou trabalhar quando tenho dinheiro para isso

 

2

 

era de noche. una noche. y, la noche, parecía permanecer como una deliciosa esfinge sin horario de trabajo

en ese pasillo del tercer piso, fui espectador, una vida robada a un infeliz

por celos ¿de un rival desconocido?

no. me mató un conocido que vivia en la habitación de enfrente

y es por eso que cierro siempre la puerta cuando vuelvo del trabajo...

claro que, como la mayoria de los inquilinos de la vieja pensión “sueños bermejos”,

sólo voy a trabajar cuando tengo dinero para eso

 

Do livro Cantos do corvo, Traduccion de SAL

 

 


Comentarios

Entradas populares de este blog

POEMAS IBÉRICOS (83) DOS POEMAS DE MARIA CARVAJAL

POEMAS IBÉRICOS (81) TRES POEMAS DE CONCHA ORTEGA

POEMAS IBÉRICOS (79) TRES POEMAS INÉDITO DE FERNANDO ESTEVES PINTO