POEMAS IBÉRICOS (36) POEMAS DE RAMIRO GAIRÍN
Nascido em Saragoça (1980),
é engenheiro florestal pela Universidade Politécnica de Madrid e tem uma
pós-graduação em engenharia de recursos hídricos pela Universidade Politécnica
de Saragoça. Desenvolve a sua atividade profissional no domínio da hidráulica e
do ambiente numa empresa de consultoria de projectos de engenharia civil a
nível nacional e internacional. Tem também formação filológica em Língua e
Literatura Espanhola e formação pedagógica em Biologia e Geologia. Publicou uma
dezena de livros de poesia, entre os quais os mais recentes: La ciudad que no somos (Polibea,
Madrid, 2020), Llegar aquí
(Versátiles, Huelva, 2020) e Tiempo de
frutos (Piezas Azules, Madrid, 2022). Participou em oito antologias a
nível regional e nacional e publicou textos nas revistas Turia, Rolde, Isla de
Siltolá, Eñe, Caracol noturno, la Fanzine e El Papagayo Verde. Foi galardoado
com 5 prémios literários. Pode encontrá-lo aqui: https://www.instagram.com/ramigairin/?hl=es y http://haciaotrasaventurasmashermosas.blogspot.com/
EL AEROPUERTO CABEN ciudades en los
aeropuertos, burgos detrás de vallas
con espinas; hay castillos y jaulas
para halcones, bomberos, campesinos y
soldados, funcionarios de aduanas con ojos de botón, manos
de trapo. Vive allí gente grave, gente a la que le gusta que los suelos crujan bajo
sus pies y las palabras sirvan para
algo. Sólo conservan del mundo
real las palmeras, que son
fuegos artificiales, instantáneos xilema y
floema nada mas detonar, en sus dominios abatidos. |
O
AEROPORTO as cidades cabem nos aeroportos, burgos atrás de cercas de arame farpado; há castelos e gaiolas para falcões, bombeiros, camponeses e soldados, funcionários aduaneiros com olhos de botão, mãos esfarrapadas. Ali vivem pessoas sérias, gente que gosta que o chão ranja sob os seus pés e que as palavras servam para alguma coisa. Somente que preservam do mundo real as palmeiras, que são fogos de artifício, xilema e floema instantâneos apenas detonar, nos seus domínios abatidos. |
De La ciudad que no somos (Polibea, 2020)
LA TAREA Sujetar la cabeza del bebé, he ahí la tarea decisiva. Velar la formación del Universo, salvar lo único tuyo que tendrás, el manantial que explique la mirada. La cepa de la luz. Y también el lugar donde quizá nos sigamos cumpliendo cuando ya no seamos. Nuestro punto de encuentro en el futuro. |
A
TAREFA Segurar a cabeça do bebé, essa é a tarefa decisiva. Vigiar a formação do Universo, salvar a única coisa vossa que alguma vez terá, a nascente que explica o olhar. A tensão de luz. E também o lugar onde talvez continuaremos a realizar-nos quando já não estivermos mais. Nosso ponto de encontro no futuro. |
(inédito)
*****
LA VIBRACIÓN DEL MUNDO Aparece si tú nos lo señalas. Lo que sea, cualquier cosa que llame tu atención. Todo es nuevo, puede estar al alcance de tu dedo, que es ahora tu idioma. Se crean los objetos otra vez porque tú nos obligas a mirarlos. Y el terreno de juego -los cielos, las corrientes, la vibración del mundo-. A veces, incluso, aquello que se deja de ver cuando nos hacemos mayores e intentamos ponerle nombre. |
A VIBRAÇÃO DO MUNDO Aparece se tu nos apontares. O que seja, qualquer coisa que chame A tua atenção. Tudo é novo, pode estar ao alcance dos teus dedos, que é agora a tua linguagem. Os objetos são criados de novo porque nos obriga a olhá-los. E o campo de jogo -os céus, as correntes, a vibração do mundo. Às vezes até aquilo que deixamos de ver quando envelhecemos e tentamos dar-lhe um nome. |
(inédito)
Tradução
ao português por Vítor Cardeira y Santiago Aguaded, janeiro 2024
Comentarios
Publicar un comentario