POEMAS IBÉRICOS (40) POEMAS DE FERNANDO AGUIAR
Nació en Lisboa (1956). Es licenciado en Diseño de Comunicación y Arte en La Escuela
Superior de Bellas Artes de Lisboa. Desde 1974 publicó una treintena de libros
de poesía, performance poética,
infantiles y antologías de poesía visual. Ha realizado unas 45 exposiciones
individuales. Es autor del “Soneto Ecológico”, una obra de poesía ambiental
constituida por 70 árboles plantados en 14 filas de 5 árboles (4+4+3+3), EN un
área aproximada de 110 x 36 metros, en el Parque do Soneto, em Matosinhos,
Portugal (2005). Organizó diversas exposiciones y festivales de Poesía y de Performance
em Portugal, Italia, Francia y Brasil. Últimos libros publicados: “Imaginando la poética”, ed. del Centro
Editores, Madrid (2009), “TUDO POR TUDO”,
ed. Escrituras,
São Paulo (2009), “POETICAL LANGUAGES”,
ed. Avantacular Press, Clarwater, (2011) e “Estratégias
do Gosto”, ed. Palimage, Coimbra (2012).
O KANT(O) DE POUND
Todas as manhãs ao despontar o
dia, o galo erguia-se, esticava o pescoço e cantava. O seu canto ecoava pelo
vale, valendo-se da sua potente voz, um pouco aguda e algo cacarejante. Era uma
refêrencia na vida do vale e um factor imprescindível para tudo estar bem
quando começava bem. Cantava sempre quetro vezes e parava. Cantava de novo
quatro vezes e interrompia. Depois cantava apenas três vezes e, a seguir a un
pequeno intervalo, cantava outras três. Nunca se percebeu a secreta razão deste
Kant(o) estrutural. Havia quem dissesse que era um Canto poético poundianamente
falando. Outros diziam que parecia um canto a quatro vozes. Mas era apenas por
quatro vezes. Todos constatavam que não era um canto imaginário. Quando muito,
imaginativo: um canto en forma de soneto.
De “o
pin da Biblia”
(2005)
EL KANT(O) DE POUND
Cada mañana, al despuntar el alba, el gallo se erguia, estiraba el cuello
y cantaba. Su cacareo resonaba por todo el valle con su potente voz, un poco
aguda y algo cacareante. Era un punto de referencia en la vida del valle y un
factor imprescindible para que todo fuera bien cuando empezaba bien. Siempre
cantaba cuatro veces y paraba. Volvía a cantar cuatro veces y paraba. Luego
cantaba sólo tres veces y, tras un breve descanso, cantaba otras tres. Nunca se
comprendió la razón secreta de este Kant(o) estructural. Algunos decían que era
un Canto poético hablando poundianamente. Otros decían que parecía un canto a
cuatro voces. Pero sólo eran cuatro veces. Todos constataron que no era un
canto imaginario. En todo caso, era imaginativo: una canción en forma de
soneto.
Traducción de SAL,, 27-01-24
[sem titulo]
Qual é a
gloria deste país?
os galos ou são as oliveiras?
Oito vezes
sete respiro melhor quando prendo o Ar e o caminho é Canto-Chão. Sim, a
numerologia no aclara o conceito nem a sentimentalidade do espírito, mas as
pedras (e os carvalhos) conhecem o seu destino? A imagem não tem lembrança do labirinto
onde as pegadas indicam a palavra... verdade ou falsidade? Na terra de ninguém
tudo é obsessão e esquecimento.
Inédito, janeiro 2024
Um poema de Alexandre Lourenço da Silva
para O Fernando Aguiar
Comentarios
Publicar un comentario