POEMAS IBÉRICOS (61) POEMAS DE LUÍS ENE


 DESCARGAR


BREVE BIO

Luís Ene, que nasceu Luís Nogueira, tinha 16 anos em 25 de Abril de 1974 e reside atualmente em Faro. Em 2002, foi vencedor da 1ª edição do concurso Novos Talentos com o romance A Justa Medida, publicado pela Porto Editora. Foi fundador e coeditor da Minguante, revista de micronarrativas “online”. Participou na criação de grupos de escritores no Algarve e em vários eventos de dinamização literária como o festival Poesia e Companhia, realizado em Faro em 2014. Tem lido os seus textos em público, acompanhado muitas vezes de músicos, sendo o seu projeto mais recente “A língua no ouvido”.

 

Luis Ene, nacido Luís Nogueira, tenía 15 años el 25 de Abril 1974. Reside actualmente en Faro. En 2002 fue ganador de la 1ª Edición de concurso Nuevos Talentos con la novela A Justa Medida publicada por Porto Editora. Fue fundador y coeditor de Menguante, revista de micronarrativas “on line”. Participó en la creación de grupos de escritores en el Algarve y en varios eventos de dinamización literaria como el Festival Poesía y Compañía, realizado en Faro en 2014. Ha leído sus textos en público, acompañado muchas veces de músicos, siendo su proyecto mas reciente “La lengua en el oído”


6        O BEM E O MAL

 

Era um homem mau, capaz no entanto de boas acções. Com o tempo, tornou-se um homem bom, capaz no entanto de más acções. Os seus inimigos nunca deram pela diferença. Os seus amigos também não.

6          EL BIEN Y EL MAL

 

Era un hombre malvado, pero capaz de buenas acciones. Con el tiempo, se convirtió en un hombre bueno, pero con capacidad de hacer el mal. Sus enemigos nunca notaron la diferencia. Sus amigos tampoco.

 

 

ERA UM VEZ UM PAÍS

 

fomos sempre um país possível


e cedo nos habituámos a ser assim


ou assado

tanto nos fazia


até que um dia sonhámos juntos

um país novo fomos realistas


quisemos o impossível


quisemos um país impossível


foi isso que desejámos


foi isso que obtivemos


um país impossível de suportar


impossível de se renovar


quando é que o sonho se tornou pesadelo?


vivemos hoje no mesmo impossível


país possível de sempre


quando é que vamos acordar?


quando é que de novo


pediremos o impossível?


quando é que começaremos


a construir o possível


país impossível


que existe e está ainda


à nossa espera?

 

ÉRASE UNA VEZ UN PAÍS

 siempre fuimos un país posible*

y pronto nos acostumbramos a ser así

o asao

pasara lo que pasara

hasta que un día soñamos juntos

un país nuevo fuimos realistas

queríamos lo imposible

queríamos un país imposible

eso fue lo que queríamos

eso fue lo que conseguimos

un país imposible de soportar

imposible de renovar

¿cuándo se convirtió el sueño en pesadilla?

vivimos hoy en el mismo imposible

país posible de siempre

¿cuándo despertaremos?

¿cuándo volveremos a

a pedir lo imposible?

¿cuándo empezaremos

a construir el posible

país imposible

que existe y aún

nos espera?

 

*Referencia al poema homónimo de Ruy Belo.

 


 

A JANELA AZUL DO MAR

 

Não, não estou feliz

Não, não estou sereno

Não, não sei quem sou

Sou janela que dá para mim mesmo

Sou azul que se quer verde

sou mar que em tumulto se acalma

sou verso de poema em construção

sou a janela azul do mar

que em mim

se abre e fecha

à maré viva

da poesia

 

LA VENTANA AZUL DEL MAR

 

No, no soy feliz

No, no estoy sereno

No, no sé quién soy.

Soy una ventana que me mira

Soy azul que se quiere verde

Soy mar que se calma en la agitación

Soy el verso de un poema en construcción.

Soy la ventana azul del mar

que en mi

se abre y se cierra

a la marea viva

de la poesía

 

Poema inédito (2024)

 

© luisene

© traducción de SAL, 2024

 


Comentarios

Entradas populares de este blog

POEMAS IBÉRICOS (19) TRES POEMAS DE JOSÉ LUIS PUERTO

POEMAS IBÉRICOS (38) POEMAS INÉDITOS DE JORGE VELHOTE

POEMAS IBÉRICOS (25) DOS POEMAS INÉDITOS DE ROSAURA ÁLVAREZ