POEMAS IBÉRICOS (72) EVA HIERNAUX

 DESCARGAR



EVA HIERNAUX  (Madrid, 1961). Artista multidisciplinar. Desde 1986, año en el que hace su primera exposición de pintura, dibujo y grabado, realiza más de 30 exposiciones individuales y participa en más de 100 colectivas. Tiene 12 poemarios publicados por Ediciones El Torpe al Timón, y otros tres por las editoriales Amargord, Babilonia y Contrabando; 8 libros de poesía visual y varios volúmenes de Libros de Artista. Ha colaborado tanto en revistas como en antologías.

EVA HIERNAUX  (Madrid, 1961). Artista multidisciplinar. Desde 1986, ano em que fez a sua primeira exposição de pintura, desenho e gravura, realizou mais de 30 exposições individuais e participou em mais de 100 coletivas. Tem publicados 12 livros de poesía editados pelas Ediciones El Torpe al Timón, e outros 3 pelas edições Amargord, Babilonia e Contrabando; 8 livros de poesía visual e vários volumes de Livros de Artista. Tem colaborado em revistas e antologías.

 

¿Qué verbo?

INES RAMÓN

 

 

Qué verbo, dice el poema.

Pero sobre todo para qué

para decir qué para eludir qué

para salvar a quién.

 

Qué verbo y por qué.

 

Qué verbo

y por qué astillar su conjugación contra los muros

de nuestras vidas.

 

Que verbo inmune

a la corrosión de nuestra boca.

 

 

De desdecir, 2022

 

 

 

 

 

Que verbo, diz o poema.

Mas sobretudo para o quê

para dizer o quê para iludir o quê

salvar quem.

 

Que verbo e porquê.

 

Que verbo

e porquê estilhaçar a sua conjugação contra as paredes

das nossas vidas.

 

Que verbo imune

à corrosão da nossa boca.

 

 

De desdizer, 2022

 

 


 

Si lo que te digo no me transforma,

entonces

¿para qué lo digo?

¿por qué no permanezco

en la siembra fértil del silencio?

¿por qué me torturo y deformo

en la palabra que no me deforma?

 

 

[La materia ni se crea ni se destruye, sólo se trans-forma. Así pues, la forma, como concepto, existe siempre; la forma persiste, existe en otra al de-formar, se de-forma algo para darle otra forma. Incluso lo a-morfo entra en la tipología o catálogo de formas. Lo formal es innúmero.]

 

***

 

Se o que eu vos disser não me transformar,

então

porque é que o digo?

porque é que não fico

na sementeira fértil do silêncio?

Porque é que me torturo e me deformo

na palavra que não me deforma?

 

 

[A matéria não se cria nem se destrói, apenas se trans-forma. Assim, a forma, como conceito, existe sempre; a forma persiste, existe noutra por deformação, algo é deformado para lhe dar outra forma. Mesmo o a-morfo entra na tipologia ou no catálogo das formas. O formal é inumerável].

 

 

***

 

 

 

Hablar duele / Falar doi

 

Decir cura / Dizer cura

 

 

Eva Hiernaux. Egagrópilas. Ed. Amargord, 2017

 


Comentarios

Entradas populares de este blog

POEMAS IBÉRICOS (83) DOS POEMAS DE MARIA CARVAJAL

POEMAS IBÉRICOS (81) TRES POEMAS DE CONCHA ORTEGA

POEMAS IBÉRICOS (79) TRES POEMAS INÉDITO DE FERNANDO ESTEVES PINTO